Textos sobre Crítica de Cinema

Listas Críticas de 2022 e 2023 (Revista Pós-Créditos)

https://revistaposcreditos.com/listas-criticas/
https://revistaposcreditos.com/listas-criticas-2023/

Votantes de 2022: Ailton Monteiro, Bruno Carmelo, Gabriel Carneiro, Giovanni Comodo, Luiz Soares Jr., Marcelo Ikeda, Pedro Faissol, Ricardo Vieira Lisboa, Sérgio Alpendre e Wellington Sari.

Votantes de 2023: Bianca Zasso, Duarte Mata, Euller Felix, Francis Vogner dos Reis, Leticia Weber Jarek, Miguel Haoni, Pedro Butcher, Regina Gomes e Roberto Cotta.

Dialética Crítica: série de entrevistas (2021 a 2023) com críticos(as) de cinema brasileiros, por Euller Felix (Dialéticas da Imagem)

Mais recentes, acima.

Link: https://dialeticasdaimagem.com.br/tag/entrevista/

Dialética Crítica: Bernardo Oliveira

Dialética Crítica: Sérgio Alpendre

Dialética Crítica: Luiz Soares Júnior

Dialética Crítica: Bruno Carmelo

Dialética Crítica: Humberto Silva

Dialética Crítica: Eduardo Valente

Dialética Crítica: Francis Vogner dos Reis

Dialética Crítica: Luiz Joaquim

Dialética Crítica: Maria Caú

Dialética Crítica: Juliano Gomes

Dialética Crítica: Renato Silveira

Dialética Crítica: Celso Sabadin

Dialética Crítica: Pedro Butcher

Dialética Crítica: Arthur Gadelha

Dialética Crítica: Beatriz Saldanha

Dialética Crítica: Ruy Gardnier

Dialética Crítica: Inácio Araújo

Dialética Crítica: Ivonete Pinto

Dialética Crítica: Filippo Pitanga

Dialética Crítica: José Geraldo Couto

Dialética Crítica: Marcelo Lyra

Última atualização: 18/11/2023

Thomas Elsaesser Collection (disponível online, em inglês)

Link: https://frontend.elsaesser.dff.film

Texto da página inicial:

The Thomas Elsaesser Collection, hosted at the DFF, is an ongoing project that goes back to the original vision he had in 1976 of creating an “assemblage of materials.” This website presents a variety of published and unpublished works by film scholar Thomas Elsaesser (1943–2019). It will continually evolve to include new materials based on research into his visual and discursive practice, engaging with the past, present, and the future of image cultures.

View all documents

Texto de apresentação:

Thomas Elsaesser Collection

Thomas Elsaesser, who passed away in 2019, entrusted his research archive, consisting of more than 400 boxes of documents, books, videotapes, as well as digital files, with the German Film Museum (DFF). The DFF is now gradually making this intellectual legacy available online on this website. The foundations of the project were laid by Thomas Elsaesser during his lifetime and the DFF has sought to be in keeping with its spirit. At its launch, the website publishes a broad selection of texts from Thomas Elsaesser’s bibliography spanning more than four decades, covering topics from early cinema to media archaeology to New German Cinema. His groundbreaking monograph on Rainer Werner Fassbinder is made accessible in its entirety. In the ensuing months and years, more materials from his archive and extensive bibliography will be published online.

The Thomas Elsaesser Collection was originally curated, organized, and preserved by his widow, Professor Silvia Vega-Llona, who was instrumental in entrusting the archives to the DFF. The initial concept of the website of the Thomas Elsaesser Collection was worked out between Thomas Elsaesser himself and the artist and designer Ayham Ghraowi, who, together with the developer Matt Wolff, has now brought the project to completion.

The development of the website is made possible by the support of the Martin Elsaesser Foundation, of which Thomas Elsaesser was chairman until his death.

The Thomas Elsaesser Collection is held at the DFF Text Archives, located at the German National Library in Frankfurt. To learn more about the Thomas Elsaesser Collection or how to access it, please write to: bibliothek@dff.film

46 textos (traduções e originais) do blog Vestido sem Costura (150 páginas, em PDF)

1 ano de Vestido sem costura

Texto do post original:

No dia 3 de maio de 2017 o Vestido sem costura – blog de cinema veio ao mundo e para comemorar o seu aniversário de um ano, resolvemos presentear aqueles que (assim como nós) gostam de imprimir os textos para ler. Neste documento estão os 46 textos lançados por ordem de publicação. Boa leitura!”

Índice de textos:

1 – Rohmer ou a mise en scène da linguagem por Michel Mourlet, p.3
2 – Rossellini documentarista? por Adriano Aprà, p.11
3 – Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída – Ulrich Edel por Serge Daney, p.15
4 – Poética e política por Sylvie Pierre, p.17
5 – Na sequência das desventuras do personagem por Serge Daney, p.19
6 – Um coração posto à mostra por Philippe Demonsablon, p.20
7 – Dreyer: artifício, espaço, luz por Adriano Aprà, p.23
8 – Gênio de Howard Hawks por Jacques Rivette, p.33
9 – Fritz Lang, modo de usar por Michel Mourlet, p.37
10 – Saquê para as crianças por Serge Daney, p.40
11 – Amok, A idade da terra por Pascal Bonitzer, p.44
12 – Bethânia bem de perto – a propósito de um show (1966) por Miguel Haoni, p.45
13 – Marilyn por Serge Daney, p.48
14 – O pitching por Stéphane Delorme, p.49
15 – Em busca do tempo perdido: “Paris 1900” por André Bazin, p.50
16 – Uma apresentação sobre “Carta sobre Rossellini”, de Jacques Rivette por Renato Santos, p.51
17 – Como todos os velhos casais, cinema e televisão acabaram se assemelhando por Serge Daney, p.57
18 – David W. Griffith por Jean Douchet, p.61
19 – Essa tarde lhe botamos fogo por Camille Nevers, p.64
20 – Edifício Master por Miguel Haoni, p.66
21 – Noites de Lua Cheia, de Eric Rohmer por Serge Daney, p.71
22 – Ao acaso Pialat por Jean-Pierre Oudart, p.74
23 – Morte de Buñuel por Serge Daney, p.75
24 – Cinema, vida e solidão por Serge Daney, p.77
25 – Excertos de “Prazer à Melville” por Jean Domarchi, p.78
26 – Léon Morin – padre, de Jean-Pierre Melville por Miguel Haoni, p.80
27 – Trechos de “Trafic no Jeu de Paume” por Serge Daney, p.80
28 – Leia nossa crítica abaixo por Serge Daney, p.87
29 – Da dificuldade de ser Coco por André Bazin, p.91
30 – André Bazin por Serge Daney, p.97
31 – US Go Home por Stéphane Bouquet, p.100
32 – O karma das imagens por Serge Daney, p.101
33 – A Casa de Bonecas do Mestre por Tania Modleski, p.102
34 – Jean-Luc Godard entre mundo clássico e mundo moderno por Adriano Aprà, p.113
35 – Meu caso por Serge Daney, p.118
36 – Pierre Rissient por Clint Eastwood, p.118
37 – Que nasceu em Newgate… por Philippe Demonsablon, p.119
38 – Poética dos Autores: Entrevista com Jean-Claude Biette por Jean Narboni e Serge Toubiana, p.122
39 – Três depoimentos sobre Claude Sautet, p.136
40 – Um ser-humano em marcha por Paul Vecchiali, p.138
41 – Jean-Luc Godard: Made in USA por Adriano Aprà, p.141
42 – Os vigilantes por Jean-Philippe Tessé, p.144
43 – A propósito de Le Ciel est à vous por Jean Grémillon, p.144
44 – Mortalmente perigosa, de Joseph H. Lewis por Robert Keser, p.146
45 – Madrugada da traição, de Edgar G. Ulmer por François Truffaut, p.148
46 – Prólogo à Poetica del cine 2 por Raúl Ruiz, p.149

Fonte: vestidosemcostura.blogspot.com/2018/05/1-ano-de-vestido-sem-costura-em-pdf.html

Obs: o PDF do link original se encontra fora do ar.

Crítica e Curadoria em Cinema – Múltiplas Abordagens (Organizador: Laécio Ricardo de Aquino Rodrigues) 2023

https://seloppgcomufmg.com.br/wp-content/uploads/2023/06/Critica-e-curadoria-no-cinema-Selo-PPGCOM-UFMG.pdf

PDF, 376 páginas

O livro busca contribuir, de forma contundente e inédita, para o debate em torno de dois ofícios no âmbito cinematográfico e alguns dos seus dilemas contemporâneos: a crítica e a curadoria. A escassez de textos recentes em língua portuguesa foi a principal motivação para a organização do volume, que desponta com a proposta de concentrar reflexões em torno dos dois temas, possibilitando certo aprofundamento, mas sem perder de vista o viés didático. Assim, a proposta tem como objetivo congregar uma diversidade e heterogeneidade de vozes em torno das atividades investigadas, sem visar esgotamentos.

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O papel estratégico da crítica na formação do pensamento cinematográfico (por Ismail Xavier) artigo de 2019

O texto abaixo, de autoria do crítico Ismail Xavier, foi proferido como uma palestra na SOCINE e publicado originalmente na revista acadêmica RuMoRes (v. 13, n. 25, pp. 12-31, 13 jun. 2019), da Universidade de São Paulo (USP).

O papel estratégico da crítica na formação do pensamento cinematográfico

por Ismail Xavier

A experiência da crítica suscita um leque enorme de questões igualmente centrais e de grande interesse que podemos trazer para a nossa reflexão. Dentro da dinâmica que envolve o diálogo dos filmes com os seus diferentes públicos, diálogo sem o qual o percurso de cada obra não se completa, a crítica constitui um elo estratégico da cultura cinematográfica em sua dimensão estética, social e política, dada a sua condição de diálogo direto com as obras na qual a síntese de informação, a análise da relação entre o filme e a experiência humana colocada em pauta e os juízos de valor compõem uma referência que, num cômputo geral, pode ter implicações de longo prazo.

Há uma variedade de formas nesta relação entre a crítica e os filmes, de um lado, e entre a crítica e seus leitores, do outro. De imediato, pensamos no exercício da crítica nos jornais e nas revistas semanais, modalidade que inclui nos dias de hoje muitas revistas digitais para leitura on line e também os blogs assinados por críticos. Nestes casos, é mais incisivo o desafio da resposta primeira aos filmes no momento de sua estréia, um corpo a corpo com o presente imediato que se expressa em artigos concisos que demandam uma escrita aguda na argumentação e que procura evitar o jargão de especialista – traços que compõem um enorme desafio no plano do estilo e da escolha de uma estratégia, digamos assim, para a abordagem dos filmes. Desta escolha decorre o que os leitores identificam ao longo do tempo como o estilo de um determinado crítico.

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Entrevista com Adolfo Gomes, por João Paulo Barreto (8 de junho de 2020)

Adolfo Gomes tem em sua presença no audiovisual baiano, na função de cineclubista, programador e crítico cinema, uma identidade pessoal que se mescla com o esforço hercúleo de se valorizar o patrimônio cinematográfico do nosso estado. Trabalhou durante treze anos como programador da Sala Walter da Silveira (local onde faz falta como programador), ajudando a construir, na sala que leva o nome do mais conhecido cineclubista da Bahia, a oportunidade para diversos cinéfilos e críticos em formação (eu, um deles) de mergulhar em filmografias completas, movimentos cinematográficos e escolas do pensamento crítico da sétima arte. Na criação do Cineclube Walter da Silveira, que levou à frente na gestão de Bertrand Duarte na DIMAS (Diretoria de Audiovisual da FUNCEB), diversos encontros entre cinéfilos, realizadores e críticos foram realizados, permitindo alimentar a proposta pioneira na Bahia que o icônico Walter da Silveira lançou na segunda metade do século XX. Membro da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), Adolfo é um dos autores presentes em três dos livros lançados pela associação com reuniões de escritos que refletem o pensamento crítico cinematográfico do país. Nesta entrevista ao A TARDE, Adolfo aprofunda suas impressões do olhar destinado ao cinema em tempos fugazes como os atuais, quando a fruição na sétima arte vem se perdendo diante da pressa na absorção simplória de conteúdos do audiovisual.

Por João Paulo Barreto

A crítica de cinema feita hoje, dentro de uma fugacidade na absorção de conteúdos liberados em streaming e na pressa que a internet impõe na análise de filmes e séries, possui um esforço imenso em sua meta de se estabelecer como um meio de reflexão que escape ao simples banal. Qual a sua opinião acerca do processo da escrita crítica dentro dessa realidade atual? Talvez o mais importante seja indagar sobre o que esperamos do cinema nos dias de hoje. Ao meu ver, isso precede qualquer debate. Assim, como “fazer filmes” tornou-se algo relativamente acessível e banal; escrever sobre filmes, por consequência, reflete algo dessa natureza instantânea do registro audiovisual, que tende a ser mais fugaz, descartável do que perene e reflexiva. Antes, quando se filmava uma cena, era preciso esperar até que, num laboratório, fosse “revelada” aquela imagem, a dinâmica da encenação pretendida dependia dessa contingência técnica-temporal. O mundo agora é mais visível e pragmático neste sentido. Vemos as coisas, via de regra, em tempo real. Portanto, o fazer cinematográfico atual já não lida mais com o tempo da filmagem e percurso de produção do mesmo jeito. O intervalo que havia entre a captação e a visualização da imagem foi abolido pelo digital. É semelhante ao que acontece com a crítica. Escreve-se e publica-se da mesma forma acelerada. O que quero dizer com a analogia, é que esse ritmo vertiginoso se traduz, na minha opinião, numa certa frivolidade do olhar, ao mero tomar partido, o posicionar-se apressadamente a favor ou contra, em detrimento da problematização das questões apresentadas por uma determinada obra audiovisual. Se um filme é, face uma análise crítica, bom ou ruim, isso deve resultar de um itinerário reflexivo, argumentativo e até histórico, e não pronunciado como uma sentença. O cinema é, acima de tudo agora, uma arte das incertezas e da fluidez. Cabe pensar um pouco mais sobre o dispositivo audiovisual – seu alcance, possibilidades e fragilidades – do que simplesmente na sua consequência, o filme.

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Morte de um Conceito – por André Labarthe (1967) Tradução: Luiz Soares Júnior

Morte de um conceito

Vemos claramente hoje, a mais de sessenta anos da sessão do Grande café, que uma palavra simboliza tanto a substancial história da arte cinematográfica, assim como a maneira com que a linguagem crítica se empenhou em dar conta dela. É a palavra mise en scène, que se aplica com efeito, com igual ventura, ao L’Arroseur arrosé, O Assassinato do duque de Guise, Nascimento de uma nação, O encouraçado Pontenkime ao último Preminger. Dos dois conceitos gêmeos que permitem à crítica “captar” os filmes ( como se usasse um bisturi), a palavra mise en scène designa antes aquilo que, para além do sujeito, designa o “modo de fazer” ( rendu).

Desde Delluc, julgar um filme consiste sempre em julgar a interpretação dos atores,a qualidade dos diálogos, a beleza da fotografia, a eficácia da montagem. E se, durante trinta ou quarenta anos, a crítica  pôde se acercar com mais precisão de seu objeto, é que de fato o cinema não evoluiu,. Ou antes: que ele só evoluiu no interior do conceito definido pelo de mise en scène.

Desde então, compreende-se o embaraço de nossos críticos diante das obras mais representativas dos últimos anos: é que eles são vítimas de sua linguagem. Porque os filmes hoje falam cada vez menos a linguagem da mise en scène, então como então os críticos prisioneiros desta palavra poderiam compreendê-los? Acho que não há ainda hoje, em 1967, diálogo justo entre a crítica e os filmes de Godard. Armados de um vocabulário ultrapassado, os críticos só podem falar de forma conveniente de filmes ultrapassados. Os outros, os que nos importam, permanecem convenientemente longe de seus campos de percepção. Pois não é que eles os desprezam; eles não os enxergam.

Ora, o que questionamos nós, aqui no Cahiers? Que se faça um pouco de luz sobre este estado de coisas, ou que ao mesmos iluminemos os pés da dançarina!!Petrificados como todos em conceitos extenuados, o que temos feito? Ok, temos essencialmente nos esforçado de nos ajustar ao cinema novo- explicando, por exemplo, ( tranqüila ou raivosamente) que a mise en scène não é apenas o “rendu”( o modo de fazer”), mas a idéia também; não apenas a premeditação e a ruse ( esperteza), mas também o collage e o acaso; não apenas o exuberante plano de grua da abertura da Marca da maldade, mas também estes planos “jogados na lixeira” de que fala Chabrol a propósito de alguns Aldrichs; não apenas a extraordinária performance de Audrey Hepburn em Philadelphia story, mas também as patéticas aparições destes heróis documentários que encarna Jean-Pierre Léaud nos filmes de Truffaut, Godard, Eustache, de Skolimowski; em suma, que a mise en scène não é apenas a mise en scène, mas também o contrário do que havíamos pensado seguindo a linha de Delluc.

É-nos necessário perguntar para que serve uma palavra que é necessário sem cessar explicar, sem cessar impor esclarecimento circunstanciados pelos filmes, segundo o autores. Por que não nos desembaraçarmos, como fez a pintura da palavra figurativo? Por que não abandoná-la uma vez por todas àqueles que, sintomaticamente, dela se orgulham tanto: os Delannoy e Duvivier, os Prat e Lorenzi, ou ainda Barrault e Villar- ou seja, àqueles todos que fazem da mise en scène uma Tróia do romance balzaciano, zumbis aplicados na sobrevivência de um cinema ( ou de um teatro) exangues, trabalhadores cegos que assombram estes sepulcros irrespiráveis que são a maioria das salas de cinema (e de teatro) de Paris e de qualquer outro lugar? E se a crítica consiste em falar do cinema até que o cinema fale por si ( vê-se aí como é absurdo opor crítica e cinema de outra forma que a relação da moeda e seu inverso), por que não buscaríamos os conceitos de que somos necessitados nos domínios vivos da publicidade, da cibernética ou mesmo da pintura, da escultura ou da música?

Um autor chinês conta que pescadores cegos jogavam um dia sua rede num lago.

Então, abramos os olhos! o cinema se deslocou. Não tentemos mais pescá-lo. Cassemo-lo!.

André Labarthe

Cahiers du cinéma, número 195 novembro 1967

Tradução: Luiz Soares Júnior